
Adolescência: quando os filhos crescem e os pais precisam acompanhar
A adolescência é uma fase intensa — para quem a vive e para quem acompanha de perto. Para muitos pais, ver os filhos crescerem pode trazer sentimentos ambíguos: orgulho pela autonomia que surge, mas também insegurança diante das mudanças rápidas e, às vezes, desconcertantes. Afinal, o que aconteceu com aquela criança que pedia colo e agora prefere o silêncio do quarto?
O que é a adolescência?
A adolescência é um período de transição entre a infância e a vida adulta, marcado por profundas transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Costuma começar por volta dos 11 ou 12 anos e pode se estender até os 18 ou 20 anos, dependendo da maturidade de cada jovem.
É nessa fase que o corpo se transforma: os hormônios entram em cena, os traços infantis se desfazem e a sexualidade passa a se manifestar com mais intensidade. Essas mudanças físicas são apenas o início. Internamente, o adolescente começa a questionar o mundo à sua volta — e a si mesmo.
Transformações da intimidade e da identidade
Durante a adolescência, os jovens constroem sua identidade: quem são, o que acreditam, o que gostam, que valores desejam seguir. Ao mesmo tempo, é comum que eles se afastem dos pais e se aproximem mais dos amigos — o grupo social ganha uma importância fundamental.
Esse processo de individualização pode ser difícil para os pais. A busca por privacidade, o silêncio, as opiniões fortes ou mesmo a instabilidade emocional podem ser lidas como rebeldia, mas muitas vezes são tentativas de entender o que se sente e quem se é. É um período de experimentação e, por vezes, de confusão emocional.
Novas relações, novos contextos
Além das mudanças internas, o adolescente começa a lidar com pressões externas: cobranças escolares, inserção social, redes sociais, primeiras experiências amorosas e sexuais, descobertas sobre o mundo e sobre si. Tudo isso pode gerar ansiedade, medo, insegurança — e também empolgação.
Para os pais, entender que o adolescente está vivendo um "turbilhão" de sentimentos pode ajudar a cultivar uma postura mais empática. A comunicação aberta, o respeito à individualidade e o acolhimento são fundamentais nesse momento.
Como os pais podem lidar com essa fase?
Não existem fórmulas prontas. Cada adolescente é único, e cada família tem sua dinâmica. No entanto, algumas atitudes podem fazer diferença:
- Escuta sem julgamento: oferecer um espaço de fala sem interromper ou criticar.
- Estabelecer limites com afeto: regras são necessárias, mas devem ser dialogadas e coerentes.
- Oferecer segurança emocional: estar presente, mesmo que o adolescente não peça diretamente.
- Buscar entender mais do que controlar: respeitar o ritmo do crescimento.
É importante lembrar que os pais também estão em transição — aprendendo a deixar o controle e confiar mais no que foi construído até ali.
Como a psicoterapia pode ajudar?
A psicoterapia é uma grande aliada nesse processo — tanto para o adolescente quanto para os pais.
- Para os adolescentes, a terapia oferece um espaço seguro para explorar sentimentos, entender suas emoções e desenvolver autonomia emocional.
- Para os pais, a orientação parental em psicoterapia ajuda a compreender melhor as fases do desenvolvimento, repensar estratégias de cuidado e fortalecer o vínculo com os filhos.
Muitas vezes, o que parece uma crise é, na verdade, um convite ao crescimento — para ambos os lados.
Autora: Psicóloga Alyne Luz
CRP: 07/21668
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